sexta-feira, 15 de abril de 2011

Desengavetando as claves

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Fernando Anitelli 
Trama Virtual (para escutar o trabalho on-line)

Ontem (14-04) tive a oportunidade de prestigiar mais uma obra de arte do compositor, ator, poeta, tudo Fernando Anitelli, com o seu primeiro trabalho solo, As claves da gaveta. Um clima mais intimista, músicas mais sensíveis e um trabalho que foi um doce aos ouvidos de todos. Anitelli cativou o público com o seu sempre divertido e saudável bom-humor.
O show começou com uma entrada pouco convencional do músico pela porta de acesso da platéia, com seu violão em punho, "como se tivesse vindo da praça", palavras de meu amigo Silvano Ozyrys, que me acompanhou na apresentação. Realmente, pareceu ter vindo da praça, de um passeio calmo até o teatro, onde teria marcado um encontro despreocupado e simples com seu público para trocar palavras e canções, dando todo o clima íntimo proposto pelo projeto.
Falando de música, Anitelli acertou em cheio com seus novos arranjos para composições que até então estavam engavetadas. O compositor teve ajuda do baixista Fernando Rosa e do baterista Miguel Assis para compor a dança perfeita entre a pureza das letras de outrora e a maturidade da música de hoje. Aos ouvidos, a apresentação remeteu às jazz bands americanas, com toda conotação brasileira e uma leve experimentação polirritmica.
Os músicos deram um espetáculo de deixar todos de boca aberta. Destaque para Miguel Assis, que praticamente quebrou a bateria (literalmente) numa demonstração de talento e virtuose fenomenais. Porém, daí surge minha primeira crítica: a produção desatenta. A caixa da bateria (e o baterista) sofreu com o pedestal que ficava afrouxando a todo instante num dado momento do espetáculo. Eu, como músico, sei que este tipo de problema atrapalha demais a performance em palco. A bateria devia ter sido revisada mais de uma vez antes da apresentação para garantir melhores condições para o talentoso músico dar ainda mais ao público.
Fora esse problema, o show transcorreu com tranquilidade, descontração e beleza. Além do repertório do disco (que adquiri na barraquinha do Seu Odácio, pai de Fernando e homem simpático), Anitelli apresentou algumas poucas canções d'O Teatro Mágico, além de algumas canções de seu antigo projeto Madalena 19. Entre uma música e outra, fazia um gracejo ou contava a história da composição de seus trabalhos, deixando a experiência ainda mais rica.
Para todos que ainda vão assistir as próximas apresentações, esperem muito. Vocês, ainda assim, vão se surpreender!

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