Várias vezes expus minha discordância acerca de muitos fatos espirituais que vejo no mundo, por parte das antigas e das novas consciências espirituais. Algo em mim exigiu uma explicação acerca disso, então resolvi compartilhar a minha idéia de espiritualidade e evolução, ainda que esta seja bastante vaga e sem muita experimentação.
Vejo, escuto e sinto por parte de meus irmãos (e, admito, da minha parte, também) uma forte cobrança pelo contato com a espiritualidade. Muitos de nós lemos, vamos a palestras, cursos, retiros, templos... Aprendemos com todos os mestres que vemos pela frente um montão de coisas sobre como ser mais feliz, como ser uma pessoa melhor, mais tolerante, mais paciente, etc. E sempre indicamos aos nossos irmãos tudo o que fazemos, esperando que ele vá e faça, e em dados momentos até nos desapontamos quando eles não fazem. Pois bem. A busca está acontecendo, mas por fora. É justamente isso que me causa um estranhamento bastante grande sobre a abordagem contemporânea da espiritualidade.
“Aprendei com os grandes”. Parece que só assim vamos alcançar um nível mais elevado de consciência. Pelo que dizemos por aí, somente estudando escritos e ouvindo sacerdotes, sábios e visionários é que encontramos nossa essência. É justamente essa parte que me soa estranha: ouvindo os outros é que nos encontramos? Entendi direito? Espero que não. Porque o que vejo é um monte de gente procurando os livros do momento para ler, os best sellers da consciência espiritual, escritos por gente que sentiu aquilo tudo que se lê na pele. Perdoem-me pela comparação sarcástica, mas são quase como os fás da série Harry Potter correndo atrás do último livro do bruxo inglês.
Claro que temos dois ouvidos para ouvir, o problema é quando nos tornamos dependentes ou quase dependentes do conhecimento adquirido externamente. Acabamos por optar viver o que outros viveram, o que outros viram, sentiram e escutaram ao longo de suas vidas, e nos tornamos frankensteins de conhecimento, com um braço do Dalai Lama, uma perna do Osho e um olho do Deepak Chopra. E posso dizer por mim, irmãos, a frustração é grande quando notamos meio tarde que nós não conseguimos fazer o que eles fazem. E não é por incapacidade, acreditem. Eu creio que seja porque cada um foi feito para viver dados tipos de experiência ao longo da vida, e algo que outros viveram simplesmente não é compatível como nossa maneira de viver.
Acredito com certa força que a espiritualidade deva ser vivencial. Devemos basear a sabedoria e o conhecimento naquilo que se vê, sente e ouve no mundo ou fora dele. Mas não digo com isso que a experiência da alma deva ser exclusivamente empírica, nem digo que devamos queimar nossos escritos e ignorar nossos mestres. Devemos ler, ouvir e aprender de fato, mas acima disso é necessário vivenciar aquilo que se aprende por fora, e então medir a importância daquilo em nossas vidas. Para não dizerem que nunca li nada ou que tenho certo recalque com os escritos, cito uma passagem de Sidarta de Hermann Hesse, onde Sidarta (o personagem de Hesse) se encontra com Gotama (o Buda) e fala-lhe sobre uma conclusão a que chegou quando ouviu os ensinamentos do Augusto: “... ninguém chega à redenção mediante à doutrina! A pessoa alguma, ó Venerável, poderás comunicar por meio de palavras ou ensinamentos o que se deu contigo na hora da tua iluminação!”. Interpreto disso que somente internalizando-se a si mais do que aos ensinamentos é que encontramos nossa essência mais pura, para então dividi-la e disfrutá-la.
Vivenciar é necessário. A nós cabe pôr o pé na estrada e viver a vida. Encontrar pessoas, concordar, discordar, conciliar, internalizar, meditar, medir, refletir, pensar, matutar... E não desejo que ninguém siga cegamente o que digo, afinal, como já disse, estas palavras, mesmo para mim, ainda são vagas e incertas. Ainda do Sidarta, mais uma citação, frase de Gotama que traduz o que anseio do meu ponto de vista: “Oxalá – disse lentamente o Venerável – que teus pensamentos não sejam erros!”.
Vejo, escuto e sinto por parte de meus irmãos (e, admito, da minha parte, também) uma forte cobrança pelo contato com a espiritualidade. Muitos de nós lemos, vamos a palestras, cursos, retiros, templos... Aprendemos com todos os mestres que vemos pela frente um montão de coisas sobre como ser mais feliz, como ser uma pessoa melhor, mais tolerante, mais paciente, etc. E sempre indicamos aos nossos irmãos tudo o que fazemos, esperando que ele vá e faça, e em dados momentos até nos desapontamos quando eles não fazem. Pois bem. A busca está acontecendo, mas por fora. É justamente isso que me causa um estranhamento bastante grande sobre a abordagem contemporânea da espiritualidade.
“Aprendei com os grandes”. Parece que só assim vamos alcançar um nível mais elevado de consciência. Pelo que dizemos por aí, somente estudando escritos e ouvindo sacerdotes, sábios e visionários é que encontramos nossa essência. É justamente essa parte que me soa estranha: ouvindo os outros é que nos encontramos? Entendi direito? Espero que não. Porque o que vejo é um monte de gente procurando os livros do momento para ler, os best sellers da consciência espiritual, escritos por gente que sentiu aquilo tudo que se lê na pele. Perdoem-me pela comparação sarcástica, mas são quase como os fás da série Harry Potter correndo atrás do último livro do bruxo inglês.
Claro que temos dois ouvidos para ouvir, o problema é quando nos tornamos dependentes ou quase dependentes do conhecimento adquirido externamente. Acabamos por optar viver o que outros viveram, o que outros viram, sentiram e escutaram ao longo de suas vidas, e nos tornamos frankensteins de conhecimento, com um braço do Dalai Lama, uma perna do Osho e um olho do Deepak Chopra. E posso dizer por mim, irmãos, a frustração é grande quando notamos meio tarde que nós não conseguimos fazer o que eles fazem. E não é por incapacidade, acreditem. Eu creio que seja porque cada um foi feito para viver dados tipos de experiência ao longo da vida, e algo que outros viveram simplesmente não é compatível como nossa maneira de viver.
Acredito com certa força que a espiritualidade deva ser vivencial. Devemos basear a sabedoria e o conhecimento naquilo que se vê, sente e ouve no mundo ou fora dele. Mas não digo com isso que a experiência da alma deva ser exclusivamente empírica, nem digo que devamos queimar nossos escritos e ignorar nossos mestres. Devemos ler, ouvir e aprender de fato, mas acima disso é necessário vivenciar aquilo que se aprende por fora, e então medir a importância daquilo em nossas vidas. Para não dizerem que nunca li nada ou que tenho certo recalque com os escritos, cito uma passagem de Sidarta de Hermann Hesse, onde Sidarta (o personagem de Hesse) se encontra com Gotama (o Buda) e fala-lhe sobre uma conclusão a que chegou quando ouviu os ensinamentos do Augusto: “... ninguém chega à redenção mediante à doutrina! A pessoa alguma, ó Venerável, poderás comunicar por meio de palavras ou ensinamentos o que se deu contigo na hora da tua iluminação!”. Interpreto disso que somente internalizando-se a si mais do que aos ensinamentos é que encontramos nossa essência mais pura, para então dividi-la e disfrutá-la.
Vivenciar é necessário. A nós cabe pôr o pé na estrada e viver a vida. Encontrar pessoas, concordar, discordar, conciliar, internalizar, meditar, medir, refletir, pensar, matutar... E não desejo que ninguém siga cegamente o que digo, afinal, como já disse, estas palavras, mesmo para mim, ainda são vagas e incertas. Ainda do Sidarta, mais uma citação, frase de Gotama que traduz o que anseio do meu ponto de vista: “Oxalá – disse lentamente o Venerável – que teus pensamentos não sejam erros!”.
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