quarta-feira, 30 de março de 2011

Democracia?

Assista em vídeo!
 
Você já deve ter lido alguma vez num jornal, visto na tevê ou mesmo fuçado na internet, sempre num dado momento antes de uma nova eleição, algo mais ou menos assim: “Você lembra em quem você votou nas últimas eleições?”, ou “Acompanhe o mandato do candidato que você elegeu”. Faço uma pergunta: Este candidato foi você, mas você mesmo que elegeu?
Estas chamadas exemplificadas acima são um erro grave, mas muito comum sempre que falamos de eleições. Trata-se do político eleito como se todo mundo, sem exceção, tivesse votado nele. Eu não votei na Dilma, mas na tevê ela agradeceu a todo povo brasileiro pela eleição ao cargo de presidente da república. Bem, eu sou brasileiro, faço parte do povo brasileiro, mas não botei essa mulher lá em Brasília, não!
A coisa é assim quando falamos de democracia. Não que eu seja a favor de um regime ditatorial, mas se pararmos para pensar, a democracia é aquilo que alguns dizem: a ditadura da maiorias. E por conta disso, muitas vezes certas “responsabilidades” caem sobre nossos ombros sendo que não tivemos nada a ver com a escolha feita pelos outros. “Você tem que cobrar resultados do seu candidato”, “controle o passado dos políticos”... Mas gente, eu não tenho candidatos! Como vou cobrar algo de alguém sendo que não pus ninguém lá no governo?
Para mim, a democracia se mostra como um desrespeito brutal à individualidade. Você, na condição de cidadão, quando vai à urna, não é um ser, mas o povo, e aquilo que o povo decidir, é decisão sua, também. A democracia é o esquecimento de que o um nem sempre é o todo, e que o todo nem sempre representa os anseios do um. E nisso, você tem que engolir um saco de sapos, todos os dias, por conta das burradas dos outros.
Eu, com tudo isso, procuro mais nem ligar pra política, até porque nunca fui mesmo de ligar pra essas coisas. Sempre numa nova eleição, mesmo que não dê em nada (e mesmo obrigado), vou até a urna e voto nulo, escandalizando os mais, por assim dizer, politicamente responsáveis e cidadãos. Este é um dos poucos momentos na minha vida em sociedade em que me sinto plenamente eu mesmo. E se você está na mesma que eu, cantemos juntos esta canção:
“Mesmo com toda fama, com toda Brahma, com toda cama, com toda lama, a gente vai levando, a gente vai levando, a gente vai levando, a gente vai levando essa chama.”

É o jeito, não acha?

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